Para contextualização sobre o assunto
abordado a seguir, lembre-se que geopolítica é uma área da geografia que estuda
os fenômenos da atualidade como fatos enraizados em questões políticas e
territoriais dos países, observando sempre sua economia (ou neste caso seu
papel na economia mundial), abordando os conflitos e o contexto histórico que
antecedeu sua inserção no ‘mundo’ globalizado. O mais importante caro leitor é
que você entenda que nem tudo o que é divulgado pela mídia realmente é a
verdade, mas que principalmente torna-se a máscara da mesma. Como para debater
um assunto desta magnitude precisaríamos de muitas páginas, vamos sintetizar,
primeiro analisaremos a sua história e em seguida o papel dos países na
economia atual. Em pleno século XV os europeus ansiosos por novos territórios,
já que território é poder e principalmente dinheiro (status e o que poder ser
arrancado e vendido), inicia o período conhecido como as grandes navegações
lançam-se nos oceanos em busca supostamente de uma nova rota para as índias.
Mas o que realmente esconde esse período?, Simples o mercantilismo em seu berço,
favorecia a acumulação do capital, a carência pelos metais (principalmente o
ouro), o protecionismo alfandegário e os superávits comerciais. A logística
também não favorecia a expansão do comércio, já que só existia uma rota para
circulação de mercadorias, todos estes fatores levavam a monopolização do
mercado, vale ressaltar que nesse período o poder era monárquico, mas o rei não
governava sozinho defendia os interesses da igreja. Esse papel eclesiástico visava
a conciliação ou união do mundo europeu que estava fragmentado, a partir de seu
status de propagadora do evangelho (doutrina apostólica), no inicio a igreja
submetia-se a autoridade do rei, recebendo deste terras e consolidando sua
função espiritual, mas alguns documentos forjados pela igreja deram a esta autonomia
sobre os reinos, declarando que todos deveriam obedecer as ordens de Cristo,
levando a hierarquia eclesiástica, entrelaçando a relação entre igreja/Estado,
confirmado pela reforma gregoriana que outorgava ao Bispo de Roma (Papa), todo
o poder sobre a terra. Esse papel da igreja começa a mudar com a expansão do
espaço geográfico que levanta a valorização do capitalismo industrial pautado
no liberalismo econômico, portanto o papel de aliado do Estado que antes
possuía a igreja não tem mais finalidade, pois o Estado pode muito bem suprir a
necessidade da religião através do acesso ao trabalho fabril, já que desde o
século XVIII as indústrias começavam a instalarem-se na Europa permitindo um
gradativo êxodo rural e valorizando o papel da cidade lembrando-se das práxis
para os gregos, mas essas cidades dividiam a população conforme seu status para
a sociedade, em três classes a realeza, os nobres (insere-se a burguesia) e o
plebeus (camponeses/operários). Nesse momento os novos mundos tornam-se subsidiários
dos países centrais fornecendo abastecimento com matéria-prima, recebendo os
excedentes populacionais e em troca eram a expansão do mercado e recebiam
‘investimentos’ externos. Atente com cuidado leitor nenhum destes passos eram
dados só por bom coração, o interesse estava na expansão do mercado, ou seja,
na mundialização do espaço econômico, esse nível de evolução acelerado para uns
e a “passinhos” para outros criou a primeira divisão do mundo conhecido as
áreas ditas centrais X as áreas periféricas. A partir do século XX passa-se a
viver um novo momento da economia mundial a fase do capitalismo financeiro este
resultado da divisão do globo em dois poderes (organização Bipolar),
principalmente durante a Guerra Fria (1945-1989), lembrando-se leitor, de que
este período foi marcado por um conflito ideológico, uma intensa corrida bélica
e aprimoramento nas ciências (tecnologias) e na medicina. Essa guerra foi
silenciosa, sendo seus responsáveis, no Ocidente os EUA (Estados Unidos da
América) e no Oriente a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas),
lembrando que foi silenciosa, pois ambos tinham medo do desconhecido e para
sempre acreditarem que estavam na frente em tecnologias, buscavam seu próprio
aperfeiçoamento técnico. Uma forte consequência do Pós- Guerra Fria foi a
oligopolização, ou seja, a organização dos países em blocos econômicos que
fortalecem sua economia e representassem uma ideologia governamental e em
algumas vezes uma mesma moeda. Desse modo os países foram divididos em
desenvolvidos e subdesenvolvidos, porém essa divisão permitiu o fortalecimento
do período multipolar, ou seja, a organização do mundo em vários pólos facilitados pelo processo conhecido como
globalização que desrespeitava as divisões originais do território intensificando
os conflitos territoriais que hoje são visíveis na geopolítica mundial. Outro
grande resultado desta organização em múltiplos pólos é a politica
neoliberalista praticada principalmente a partir da América do Norte que desde
o fim da Segunda Guerra Mundial atraia aliados através de suas ajudas para
as reconstruções dos países atingidos
pela guerra, no caso do neoliberalismo os países para receberem investimentos
dos bancos norte americanos precisavam aceitar a politica de abertura do
mercado e a do Estado Mínimo onde a valorização estava nas mercadorias
externas, na moeda estrangeira e nos subsídios privados, estabelecendo-se assim
a nova Ordem Mundial os países nortistas como ricos e os países sulistas como
pobres.
Caro leitor até o momento sua mente pode
estar confusa, mas entenda território é uma porção delimitada (fronteira) e
controlada por um poder soberano, daí você pode dizer então o mundo não é um
território, pois existem vários poderes! Se este foi seu pensamento sinto dizer
que você cometeu um equívoco, toda a explanação até este momento prova que os
países de um modo geral são reféns de um único poder, O CAPITAL. Esse sistema econômico
permite com que políticos sejam corruptos, poderes surjam em um dia e no outro
simplesmente desaparecem, faz com que pessoas religiosas extremistas tornem-se
bandidos em um instante, transforma manifestações pacíficas em atentados e
terroristas em pessoas de bem, podendo também causar o contrário. Talvez neste
momento esteja lhe confundindo um pouco mais, porém observe em 2001 nas semanas
que seguiam ao atentado terrorista nos Estados Unidos um vírus biológico
disseminou uma doença conhecida como Anthrax- gerada por bactérias, fatal se
não tratada de imediato – causou a morte de 5 pessoas um número desproporcional
perante ao pânico que causou, tempos depois descobriu-se que esse vírus foi
desenvolvido em um laboratório norte americano por um cientista provavelmente
inconformado com sua demissão. O discurso americano com relação as armas de
destruição em massa não pararam por ai em 2003 durante os preparativos norte
americanos para invasão do Iraque, o então presidente George Bush justificou a
guerra contra o regime de Saddam como uma resposta as possíveis produções de
armas químicas proibidas por normas internacionais, posteriormente comprovou-se
que era infundada a acusação; Em 2002 Bush acusou Cuba de desenvolver armas
biológicas meses depois o serviço secreto norte americano declarou que a
acusação não tinha fundamentos e foi justificado como uma tentativa de
arrecadar votos para o partido Republicano da comunidade de origem cubana que
morava na Flórida e eram contra o regime de Fidel; Mas a pior constatação de
que o mundo é submetido a um único poder (o monetário) está na existência e
morte de Osama Bin Laden este formado em engenharia, era saudita e o terrorista
mais procurado do mundo antes mesmo do atentado de 2001 ligado a sua
organização Al Qaeda, está organização foi criada durante uma luta dos
guerrilheiros muçulmanos contra as tropas da União Soviética que invadiram o
Afeganistão, financiados pela fortuna herdada de Bin Laden e por donativos
sauditas levando a uma Jihad (Guerra
Santa), nesse período Bin Laden recebeu apoio financeiro, de armas e
treinamento da CIA (Agência Central de Inteligência) o serviço secreto dos
Estados Unidos. Saindo vitoriosos se espalharam pelo mundo, mas em 1991 quando
o Iraque invadiu o Kuwait, Bin Laden se mostrou contra a invertida norte
americana, a partir deste episódio o exercito dos Estados Unidos buscou o
paradeiro de Osama Bin Laden acreditando-se que este estava localizado entre o
Afeganistão e o Paquistão, em 2 de maio de 2011 divulgou-se que Bin Laden havia
sido capturado e morto em um refugio paquistanês, comprovando a autenticidade
do corpo através do DNA comparado ao de sua irmã, mas até hoje não existem
provas incontestáveis (como arcada dentária, o corpo ou uma foto real) que
afirmem a veracidade dessa informação.
Após esta gama de
informação espero que você leitor, vestibulando, concurseiro, ou que apenas
gosta de estar bem informado, possa analisar com cuidado, se a tal autonomia
que somos levados a acreditar que possuímos realmente existe ou ainda somos
submetidos a informações fragmentadas e induzidos a uma leitura fechada e um
ensino bancário onde nosso perfil crítico é sepultado em prol da continuidade
cíclica deste sistema que governa o atual mundo, o ‘território’ mundial.